quando eu falo dEle, estou eu falando de mim mesma.
hoje na meditação percebi que este eu, que Gurdjieff chama de ~eu ordinário~, é incapaz de amar. também conhecido como ego, escuto dizerem.
o ego isso, o ego aquilo.
o ego isso, o ego aquilo.
digo dizeres, mas quem é que diz?
quem diz que é o ego que é incapaz de amar?
e afinal, o que esse ego quer dizer?
esse ego que sou eu? esse eu que vos escreves é o próprio ego.
este que já se perdeu dentro de si mesmo, se expandiu...]
e agora já não sabe onde foram parar seus limites.
e agora já não sabe onde foram parar seus limites.
eu já não sei quem eu sou.
e essa é uma frase do ego.
eu, o ego, diz que enquanto ele existir não será.
enquanto existir um eu, não existirá um ser.
o eu impede o ser de florescer.
o eu é uma construção baseada num passado, baseada nas memórias.
baseada numa falsa ilusão de que existe uma entidade fixa.
o velho gosto ou não gosto.
para o ser, basta simplesmente ser.
estar presente, habitar-se.
é muito mais fácil do que parece.
o complicado na jornada é identificar as amarras, as cercas que nos cercam fortemente construídas por esse eu. o que "você-eu" queria quando as construiu?
do que necessitava?
proteção, segurança, acolhimento...
cresci, mas continuo alimentando pequenos traumas do passado, criei uma identidade baseada em memórias, normalmente no ""meu" sofrimento".
eu sofro, e quando sofro quero proteção. e quando sofro escolho um culpado.
cria-se o "MEU sofrimento", cria-se a separação. caímos na dualidade.
a vida só é, simples assim. só assim.
percebam esse meu, a importância desse meu.
cria-se uma identidade: sou fulana de tal, filha de cicrana,
meus pais isso, na escola eu aquilo, fulano fez isso...
e por isso. por tudo isso, sou assim.
sou mecânica, sou simplesmente um amontoado de tudo aquilo que vivi.
vivo através das minhas memórias. sou de uma velhice indescritível.
isso, essa entidade identificada, não pode ser nova.
simplesmente, não pode.
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