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Mostrando postagens de 2016

quando começa?

Por onde começar? Começa pelo começo grita o papagaio que mora na minha cabeça. Mas onde é o começo?, pergunto. E o papagaio se cala. Afinal, ele só sabe repetir um punhado de frases prontas. O papagaio aprendeu que tudo que tem um fim tem um começo. O papagaio sabe que aquilo que nasce está fadado à morte.  Mas será possível a existência de algo que não tenha fim nem começo? É nos possível capturar o primeiro instante do surgimento de algo?  O que é nascer, o que é morrer? O que é o começo, e o que é o fim? Estamos nos últimos dias do ano de 2016. O papagaio aprendeu que isso é o fim de um ciclo, e o início de outro. Entretanto, quando o papagaio despertar na manhã do novo dia, ele continuará sendo o mesmo velho papagaio repetidor de passados, repetidor dele mesmo.  Para o papagaio não há fim, e portanto não há começo.

era só azul.

Painting the ocean waves of the Night Sea by Cricket Diane C Phillips, Cricket House Studios era noite e não era era azul mas só era e esse só, ele não pertence à essa frase era o oceano e por isso, era tudo. era negro e branco era azul brilhante era noite e não era por conta de uma lua prateada grande cheia tão grande que não se via ela só era espelhada no azul do oceano mas não se via as águas calmas era calmaria que se refletia prata, pérolas brilhantes as pequenas ondulações eu via espuma branca ondinhas mas quem via? eu estava no quarto sentada. mas eu via. e o que vi, está escrito aqui. não é nada, é só poesia,

deixe que os mortos enterrem os mortos

"Os mortos são aqueles mortos para todas as possibilidades de trabalhar e mudar a si mesmos" Maurice Nicoll, Psychological Commentaries on the Teaching of Gurdjieff and Ouspensky

O "eu" ordinário é acúmulo de conhecimento.

O conhecimento condiciona o homem. O conhecimento tem a qualidade de liberar a mente? O conhecimento não tem, mas a qualidade que você obtêm do conhecimento: senso de capacidade, de saber, o peso, isso fortalece o ego. A palavra conhecimento significa o acúmulo de informações, experiência, teorias, passado e presente... O passado ajuda, pois o conhecimento é passado? Pode uma mente que está sobrecarregada de conhecimento ver a verdade? Para ver a verdade, a mente deve estar livre de conhecimento. O começo importa enormemente que pode, até, condicionar o futuro enquanto cresce. A liberdade é limitada pelo conhecimento. Não há acumulação certa ou errada de conhecimento... Diz o budista, eu não tenho dúvida na minha mente. K responde, então paramos de questionar. É possível uma evolução psicológica, um amanhã serei bom? Diz, em geral, nós, a humanidade, sempre soubemos que devemos ser bons, se houvesse essa possibilidade, nós não seríamos o que somos hoje, já teríamos evoluídos.

celebrar a morte

J.Krishnamurti - 7º - O que é a Morte? A Morte tem algum significado? - "A Transformação do Homem" Como eu vou me levantar de manhã? É muito simples, tenho de levantar e fazer coisas, a vida exige que eu aja! Eu sei o que amar, realmente? Eu não sei o que é morte? Pergunta o Dr. Bohm, se o ego não é nada além de uma imagem, então o que morre? Há alguma coisa que morre, já que a imagem não é real? As imagens morreram, "eu" morreu. É possível "reconhecer" a morte do ego? Estou assustado, pois quando isso morre, isso que chamei de "eu" por tanto tempo, é um fim... O que é isso que acaba? Se é meramente o fim de uma imagem, então não é nada. ( Mas se estou identificada com essa imagem, se sinto, penso e tenho a sensação de que sou ela, então isso é muito. Pois então é a morte de "mim mesma" ) Há algo mais profundo que morre? Não é o fim da imagem que morre, mas algo muito mais profundo. Não é, portanto, a morte do organismo. Qual

o eu não existe

Vejamos, observe-se, ninguém pode fazer por você. Ninguém pode observar. Observe o fluxo dos seus pensamentos. Há um belo truque aí, comumente falamos: eu penso isso, eu sinto aquilo. Tem um pensamento que "me" perturba. Krishnamurti, seu guru, ou essa que vos escreve pode dizer, mas nada substitui o fato, a percepção real. Nesse caso, observe o movimento do pensamento, observe que o próprio pensamento cria um "eu". O "eu" é apenas mais um pensamento, mais uma idéia, mais uma crença. Não há eu, há apenas o pensamento. Não há observador, há apenas o que é.  J.Krishnamurti - 6º - O Observador é a coisa Observada? - "A Transformação do Homem" Qual a diferença entre as feridas armazenadas e aquelas que virão? Diz o Dr. Bohm que não há distinção entre as feridas do presente e do futuro porque todas vem do passado. K. não divida as dores do passado e do futuro porque a imagem é a mesma. Há somente dor. Há somente prazer. Olhe apenas para a

cuidado com a minha máscara, ela pode espetar a sua.

J.Krishnamurti - 5º - Existe o cérebro inconsciente? - "A Transformação do Homem" quem inventou o inconsciente? Você está cônscio do seu inconsciente? are you aware of that? i am aware of a aspect of myself! Dr Bohm responde que existe coisas que fazemos que não sabemos a origem. K. define o inconsciente como algo escondido, algo que tenha ficado para trás. E o Dr. psicólogo dá boas explicações do inconsciente. A pergunta do K. é, porque dividimos o inconsciente? Essa própria divisão é fragmentação. Diz Freud que certos materiais são tornados inconscientes pelo cérebro porque são extremamentes pertubardores. Então, o cérebro mantêm assim para evitar encarar os fatos. A palavra inconsciente já determina uma separação. Outra forma de descrever é que determinado material é simplesmente evitado. A mágoa permanece. É possível viver sem nunca ser ferido? Viver com tudo o que está à sua volta, sem nunca, nunca ser ferido? K. diz, quanto mais sensível você é, mais aware

Eu sou um sujo espelho que reflete você.

Há algo em mim que não seja simples repetição? O que chamo de eu, é essa vida condicionada, esse amontoado de imagens projetadas. Todo o movimento é mecânico, não há nada novo, não há eu, sou, unicamente, um amontoado de gentes com suas esperanças, medos, desejos, vontades, prazeres. Sou um nada, uma nulidade, um zero. Nada há de novo aqui. J.Krishnamurti - 4º - Sobre a criação de imagens - "A Transformação Homem" Porque os seres humanos vivem da maneira que vivem? Pode o ser humano permanecer psicologicamente sozinho? A principal razão de os serem humanos não realizarem uma radical transformação é o medo de não serem parte de um grupo (sentido de pertencimento). K. diz que só a partir dessa solitude pode-se cooperar. Diz Bohm que antropólogos perceberam que nos povos primitivos o sentido de tribo era muito forte, existe a segurança psicológica de estar na tribo. Quando se é tirado do grupo, a pessoa se sente perdida, pois já não sabe quem é. A maior punição que u

É possível o existir sem "mim"?

Quem sou eu? Sou eu, essa barreira que impede a vida de ser. Ou impede o mergulho dentro da própria vida. É a consciência, um copo cheio, que não permite que nada mais entre. É verter o nada no vazio. É a repetição, pois o "eu", que é esse acúmulo de experiências, sentimentos, emoções sensações, nunca pode, nunca poderá experienciar o novo. O eu é sempre velho. J.Krishnamurti - 3º - A Consciência pode esvaziar a si própria? - "A Transformação do Homem" PORQUE VOCÊ NÃO MUDA? TENTAMOS MUDAR, MAS ESSENCIALMENTE SOMOS OS MESMOS. A própria forma da qual tentamos mudar é parte do processo, não pela compreensão da natureza do homem. A entidade que deseja mudar, define um padrão de mudança e esse padrão é sempre o mesmo sob uma coloração diferente. O planejador da mudança é sempre o mesmo, só o padrão que parece diferente. "Eu" sou o velho e os padrões são os novos. A "coisa" que está causando o problema, põe-se como a "coisa" que

Eu sou uma máquina

Eu não faço, sou levada, acho que tenho o poder de fazer, mas tudo se faz. Não sou dona de mim, sou apenas uma escrava dos muitos "eus" e desejos contraditórios que me tomam e me levam. Quem sou eu? Apenas um amontoado de tudo o que "já foi". A minha suposta "originalidade" é só um acúmulo de experiências aleatórias que formaram minha "personalidade". Esse é o ego, isso é o que chamo "eu". J.Krishnamurti - 2º - Vivemos uma vida é vida mecânica? - "A Transformação do Homem" Quais são as minhas necessidades? Me sentir amada, querida, ADMIRADA, útil, importante... Saber que terei dinheiro no amanhã, que não me "faltará" nada (isso quer dizer que poderei  ter o mesmo padrão de vida, adquirir os mesmos objetos). Sentir que alguém se importa comigo, que tenho com quem contar, que posso pedir ajuda. Necessidade de estar certa, de não errar, de ter feito a escolha mais acertada (lucrativa: que me dá mais prazer, sa

Diálogo com Krishnamurti - aprendendo a ouvir

Esta pessoa, que vos escreve. Esses dedos que tocam o teclado, que unem letras para formar palavras, juntá-las numa tentativa de transmitir algo, de comunicar. Algo, alguma coisa, um sentimento, um pensamento, uma sensação, uma multiplicidade de experiências coletadas. Esta coleção é o que essa pessoa chama de eu. É esta coleção, permeada pelas impressões recebidas ao assistir esses diálogos com Krishnamurti, que estão gravadas aqui. É o caráter subjetivo do que é expresso, passagens consideradas importantes por essa subjetividade. Nada sei, nada sou. Pouco sei, quando "penso" que sou. J.Krishnamurti - 1º - Estamos conscientes de que estamos fragmentados? - "A Transformação do Homem" Qual é a causa da fragmentação? Existe o conflito, a partir do conflito, percebo que estou fragmentada. Mas o que causa isto? A fragmentação causa medo, mas a causa é ainda mais profunda. Desejo de segurança. Para sentir seguro, protegido, eu pertenço. Eu dependo totalmen

There is no one here. So there is no one there.

não interessa muito o que faço, interessa é observar o processo do pensamento, o como. o que ocorre. de onde vem? onde começa? qual a sua raiz. my life is happening and I don't want to be part of it. better, life is happen, there is not my life (although I can live without this I, can only understand it intellectually so life is happening, and because the thought there is no one to experience it, because "I" am not there. There are no true attention, no true presence. The root of the thought is I should be, I should be doing this, with this I can do that, I can be like that. It's always a escape. The thought that ultimately rules my mind is: with this I will be doing this, professionally, I can be famous. That is Saturn. I've been studying astrology. I do and my mind says that I shouldn't. The thing is that the studying is not being profound enough. Because I am not, I cannot study well. I feel that writing allows me to understand a certain of thin

é possível viver além da polaridade?

os meus eus, que nem sei até que ponto posso chamar de meus, acredito terem sempre um contraponto. um eu negativo e um positivo. por exemplo, o eu que é "vítima da família", também é culpado. o eu que quer "dinheiro" também não o quer. o eu que quer trabalhar, também não o quer. o eu que quer um corpo bonito, também não o quer. ou não quer se interessar por essas questões. parece um processo mecânico de ir de um extremo ao outro. a partir do percebimento do ideal de beleza, de todo o condicionamento, cria-se um novo eu que resiste, que torna-se a vítima. essa vítima rejeita o primeiro eu que ainda resiste. essa vítima oprime, esconde o eu que "quer a beleza condicionada. esse movimento sempre cria mais conflito e contradição. são muitos eus e eles andam em pares. o eu que "ama" uma pessoa cria o eu que o"odeia". de fato, não sou capaz nem de amar nem de odiar. sou uma multidão de sentimentos, sensações e pensamentos. vivo a

o funcionamento dos tres cérebros

Gurdjieff II – Balanced Functioning of the Three Brains Dr. Charles T. Tart on June 12th, 2011 Dr. Charles Tart Mindfulness Dr. Charles T. Tart, Mindfulness, Institute of Transpersonal Psychology, Lecture 4, Part 8 of 18 parts. To start class from beginning, click here . CTT: Now Gurdjieff said that if the emotional center was working correctly – if it hadn’t been neglected and suppressed and abandoned – it would give evaluations of situations faster than the verbal center and it would then be done. It’s like, you walk into a room and, while you’re getting acquainted with people, an emotion of fear suddenly floods through you. That’s the emotional center’s way of saying, “There’s something scary in this room. Pay attention.” And a properly working emotional center then essentially turns off the fear emotion. You got the message. It doesn’t need to keep repeating it. That’s if you got the message, of course. Or your body center: you walk into that r

não há ninguém aqui.

"Eu estou dormindo e não posso acordar. Eu sou uma máquina movida por impulsos externos e internos. Como uma máquina, eu não posso ser responsável pelos meus atos. Eu não posso fazer, tudo só é feito em mim ou acontece. Eu não tenho vontade, só desejos que podem ser fracos ou fortes. Eu estou sempre identificado com algo. Eu não me conheço, eu não sou o que imagino ser. Amortecedores me impedem de ver como eu sou: um nada. Eu sou cheio de amor próprio e vaidade. Eu tenho só informação, nenhum conhecimento ou entendimento. Eu não sei o que quero e não tenho uma meta. Eu não tenho atenção. Eu vivo em sonhos e imaginação. Eu minto, não sei o que é a verdade e não posso falar a verdade. Eu sou cheio de hábitos e escravo deles e do meu entorno. Eu não tenho nenhum eu permanente e indivisível, mas muitos "Eus"." http://www.gurdjieff-internet.com/france34-49.php

uma conversa

eu procuro escrever minha própria sorte. apagar a memória a inconsciência a resistência. procuro apagar a mente essa aí que me tira do presente e me diz que não é pra rimar. aí eu lembro do conhecido e do quanto ando fugindo dele. será essa fuga mais um giro da roda? fujo de mim mesma, porque afinal, o que há de novo no agora? se não mudo, nada muda. o mundo gira e eu permaneço. eu procuro permanecer dentro dessa incessante roda. procuro ser, escrever minha própria sorte. quem sabe livrar-me dela, afinal. procuro deixar de fugir, procuro deixar de procurar. quero esquecer a busca. tudo aquilo que já vivi, que já escrevi tudo aquilo que já viveram por mim. quem sabe assim, num dia que não é eu possa esquecer o tempo livrar-me dos condicionamentos e finalmente estar livre de mim mesma

eu sou.

eu ia começar dizendo: eu não sou. e aí, recordei-me que quando digo eu não sou, estour reafirmando a separação. reforço a ilusão entre o observador e o observado. quando digo que eu não sou, crio o conflito. eu escolho, eu separo, eu elejo um certo e um errado. eu ia começar dizendo: eu não sou esse personagem que chora, sofre, deseja. eu ia começar dizendo: que eu não sou a avidez, o egoísmo, a gula, a ira, o tédio. mas é que eu sou tudo isso. eu sou tudo isso e devo permitir esse personagem existir. devo permitir essa energia se manifestar. enquanto bloquear essa dor, não poderei observá-la, analisá-la e, talvez, transcendê-la. é preciso experienciar a dor em toda a sua plenitude. esse imenso tédio do qual fujo continuamente me persegue pra onde eu vou. eu separo o tédio de mim, busco preencher esse vazio, quero fugir do vazio. eu nomeio o vazio de tédio e tento preenchê-lo com seja o que for: pensamentos, emoções, ações.