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eu sou.

eu ia começar dizendo: eu não sou.

e aí, recordei-me que quando digo eu não sou, estour reafirmando a separação. reforço a ilusão entre o observador e o observado. quando digo que eu não sou, crio o conflito. eu escolho, eu separo, eu elejo um certo e um errado.

eu ia começar dizendo: eu não sou esse personagem que chora, sofre, deseja. eu ia começar dizendo: que eu não sou a avidez, o egoísmo, a gula, a ira, o tédio.

mas é que eu sou tudo isso. eu sou tudo isso e devo permitir esse personagem existir. devo permitir essa energia se manifestar. enquanto bloquear essa dor, não poderei observá-la, analisá-la e, talvez, transcendê-la. é preciso experienciar a dor em toda a sua plenitude.

esse imenso tédio do qual fujo continuamente me persegue pra onde eu vou. eu separo o tédio de mim, busco preencher esse vazio, quero fugir do vazio. eu nomeio o vazio de tédio e tento preenchê-lo com seja o que for: pensamentos, emoções, ações.

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