Pular para o conteúdo principal

essa é sem título

"tenho certeza que existe um nome bonito pra isso,
ou técnico, depende de como você interpreta esse bonito.
tenho certeza que alguém me diria,
e certeza de que foi alguma aula em que 'faltei'.
faltei para acumular"

normalmente, o que eu queria dizer eu já esqueci. eu já flui no fluxo contínuo dos meus pensamentos. as vezes, poucas vezes fluo no fluxo contínuo da vida. e aí me liberto um pouquinho de mim mesma. o complicado (ou o foda) é que normalmente eu me aprisiono novamente. como agora, escolhendo complicado ao invés de foda. como antes, tentando escrever algo e escrevendo outro e escrevendo outro e não aceitando nem esse outro, nem o fluir, nem o nada.

mas pois bem, a vida é assim e assim estou nesse momento. aprendendo.

e eu vim aqui pra dizer o que na postagem anterior eu não disse, pois minha atenção foi captada pelo vizinho. o vizinho da risada e do espirro. aquela fala me levou a outros questionamentos. eu tinha um pensamento e ele se perdeu na velocidade dos meus dedos. e as vezes eu deixo fluir, é mais gostoso do que forçar.

já te contei que nunca escrevi? duas horas empacada numa frase simplesmente porque ela não estava. "dentro dos padrões imaginários e reais", dentro da expectativa interna e externa. por isso é mais gostoso assim. algumas coisas na vida tem de ser gostosas. e eu gosto de gozar escrever. gozar ser. não faz muito sentido, nem pra mim. mas quando busco sentido e a coisa empaca.

ontem me falaram isso: você tem muitas perguntas. porque eu procuro tantos porques. nunca aprendi as regras dos porquês, gosto dos com acentos e juntos. deixa eu tentar lembrar da história da minha professora de português do colegial. mamãe e filhinho iam pruma festa, tava chovendo ou não tava? não lembro, sei que começava de um jeito, envolvia um filho sapeca e um guarda chuva. quando ele fazia festa estavam separados, quando chovia se grudavam e colocavam o guarda chuva.

"normalmente" eu procuraria a regra dos porquês, e esse parágrafo nunca existiria. normalmente, eu procuro fazer tudo direitinho e certinho. mas sai tudo do avesso, os meus certos e errados não estão certos.

eu ando descobrindo por aí que não existe certo e errado. e até aquelas coisas que eu tinha certeza. bem elas não estão tão certas assim. e dá um nó na cabeça. mas só quando eu procuro escutá-la. já disse pra não escutar a cabeça. ela fala demais, demasiado. e eu tento esvaziá-la. vai ver que é por aqui.

olha quanta coisa eu já escrevi. não tem o mínimo sentido, mas eu não ligo. ao menos esse eu que existiu há meio segundo. o outro que ta aqui agora até liga. e eu terceiro, podicrer vai achar uma bosta e querer deletar tudo. tem um quarto que acha que escrever bosta é nada aver. tem um quinto que acha legal. tem um sexto que quer corrigir tudo e colocar bonitinho pro meu professor de sociologia da faculdade aprovar.
e tem um sétimo que olha pra tudo isso. é desse que eu to afim de ser. afinal já descobri que não sou. já disse isso por aqui?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

quando começa?

Por onde começar? Começa pelo começo grita o papagaio que mora na minha cabeça. Mas onde é o começo?, pergunto. E o papagaio se cala. Afinal, ele só sabe repetir um punhado de frases prontas. O papagaio aprendeu que tudo que tem um fim tem um começo. O papagaio sabe que aquilo que nasce está fadado à morte.  Mas será possível a existência de algo que não tenha fim nem começo? É nos possível capturar o primeiro instante do surgimento de algo?  O que é nascer, o que é morrer? O que é o começo, e o que é o fim? Estamos nos últimos dias do ano de 2016. O papagaio aprendeu que isso é o fim de um ciclo, e o início de outro. Entretanto, quando o papagaio despertar na manhã do novo dia, ele continuará sendo o mesmo velho papagaio repetidor de passados, repetidor dele mesmo.  Para o papagaio não há fim, e portanto não há começo.

A Vida está constantemente destruindo você

Calma, vamos entender essa frase antes de sairmos a falar aquilo que achamos que entendemos. A vida está constantemente destruindo as imagens que você cria de você. Se você, como a Flávia, se acha um ótimo cozinheiro, com anos de experiência, tão bom que tira fotos e compartilha suas aventuras culinárias e, veja bem, se depara com isso: Pois bem, você, grande chef recusará esse pão, como sua obra, pois ele não se encaixa na imagem que você construiu para si mesmo. Principalmente depois de ter recebido inúmeros elogios sobre seus pães e desfrutado de algumas horas de devaneio e prazerosa imaginação sobre seus poderes e possibilidades e êxitos na arte de fazer pão. O pão, este pão acima, fere a imagem que você construiu.  Então, você pode rastejar na dor da perda da sua imagem, culpar algo ou alguém por sua falha, criar planos mirabolantes de aperfeiçoamento, e etc. Sim, claro que você — ou melhor, a imagem de você  — pode criar tudo isso para não morrer, para não

A Trajetória da Pregação

Embora gostemos de imaginar que não, todos vivemos através das nossas crenças. Claro que ler isso não será e não é suficiente para que a percepção desse fato lhe venha, ou, dizendo em outras palavras, para que lhe caía a ficha de que você é um crente. Sim, eu sei, é difícil, muito difícil de admitir, principalmente se você baseou toda a sua concepção de vida numa ideia "lógica, racional e cientificamente comprovada". Ou seja, se você lá nos seus primeiros passos refutou a concepção de vida que lhe era ensinada. Mas está é a história da Flávia.  A Flávia, muito certa de suas convicções, questionava os conceitos religiosos e morais do seu meio. Ou seja, ela reagiu aquilo imitando outros conceitos. Embora agrade a vaidade dela, não era nada novo, era apenas imitação. Como ainda continua sendo, mesmo que, repito, gostemos de pensar o oposto. O fato é que não fazemos nada de novo. E a Flávia, como representante da humanidade, trocou uma crença pela outra. Descartou